A sua casa tem Classe? Se não tem, saiba que pode muito facilmente ter. Em Portugal até 2017 cerca de 1,4 milhões de imóveis tinham classe.
Alguém disse um dia que “A classe não se mede, sente-se” e é um pouco verdade. Associamos classe a qualidade e elegância, mas também a conforto. Nos edifícios a classe sente-se, sem dúvida, mas também se pode medir…e isso faz toda a diferença. Hoje em dia, com equipamentos e técnicas adequadas é possível medir a classe da sua casa. Não se pretende avaliar a cor das paredes, a mobília ou a decoração…falo da classe energética. É possível perceber se a sua casa é muito ou pouco eficiente do ponto de vista energético, ou seja se tem uma boa classe ou não. E afinal todos queremos ter classe, certo?
Este conceito é um pouco diferente de gastar muita ou pouca energia…
Imagine uma casa na Serra da Estrela que consome pouquíssima energia no inverno…das duas uma, ou todos os que vivem nela estão sempre cheios de frio, o que é muito desagradável, ou de facto a casa está construída por forma a ser eficiente. Neste caso, ela não consome energia simplesmente porque não a perde. A necessidade de energia existe, mas esta energia não é desperdiçada.
Se a casa estiver isolada “com classe”, possuir janelas “com classe” e equipamentos “com classe” então ela consumirá pouca energia. O calor gerado pelos equipamentos, pelas pessoas que a habitam e pela iluminação manter-se-á dentro da casa, já que esta está envolvida em elementos que não deixam fugir o calor.
À semelhança da água que tende sempre a escapar-se pelo mais pequeno orifício também o calor tende sempre a mover-se do local mais quente para o mais frio, por forma a haver um equilíbrio de temperaturas. E por vezes escapa-se por pequenas zonas que não vemos, mas que levam a um desconforto interior e uma ineficiência que pode ser considerável. Estima-se que as fugas de calor por sítios muitas vezes esquecidos (pontes térmicas) possam chegar aos 10% de toda a energia necessária.
Por isso é fundamental envolver toda a sua casa sem deixar nenhum local por isolar…
Numa casa com classe é medido, avaliado e aferido o “estado energético”; essa informação é colocada num certificado que entre muitos aspectos refere o nível de isolamento térmico, os materiais de construção, a eficiência dos sistemas técnicos instalados, as energias renováveis ou até possíveis consumos de energia e emissões de CO2. Assim, esta informação fica reunida de forma clara e comparável valorizando (ou não) a sua casa. Além disso, são ainda identificadas as medidas que se podem implementar para melhorar o seu desempenho.
É quase como recorrer a um stylist (o que é cada vez mais comum)…ele vai dizer-nos como está a nossa classe e o que podemos fazer para a melhorar…e muitas vezes são medidas muito simples e sem grande custo.
Uma das medidas com maior impacto no desempenho energético da sua casa e com um custo não tão significativo é a aplicação de isolamento térmico. O isolamento térmico adequado pode levar a aumentar a classe energética em vários patamares, melhorar o desempenho energético da sua casa (ou edifício) e garantir-lhe um conforto térmico sem arruinar a sua carteira. O facto de viver num apartamento, em que não lhe é possível isolar por fora, como se de um cobertor se tratasse, não é desculpa, pode sempre isolar pelo interior. Do ponto de vista estritamente técnico não é a melhor opção para uma habitação permanente, mas pode significar uma diferença na classe e nas contas.