Portugal é um país maravilhoso, em pouco mais de 140MKm2 o nosso território varia desde montanhas íngremes e agrestes, passando por planícies a perder no horizonte até praias banhadas pelo oceano. Para um país tão pequeno a diversidade paisagística é enorme, já para não falar dos arquipélagos que são verdadeiros paraísos. Curioso é verificar que a arquitectura sempre acompanhou esta diversidade… Não é por acaso que a nossa arquitectura tradicional é tão diferente do Minho ao Algarve. No Norte as casas são tradicionalmente construídas com pedra (granito) e coberturas revestidas com telha cerâmica. Vamos descendo no território em direcção a Sul e começam a ver-se edifícios revestidos com cerâmicos, desde o tijolo ”face à vista” (Porto) até ao azulejo hidráulico (Ovar/Aveiro). Continuando a caminhada para Sul vamos encontrando cada vez mais casas revestidas com materiais mais leves como alvenarias e rebocos pintados. Já no Alentejo são visíveis as casas caiadas a branco, o que mostra uma vez mais a preocupação dos nossos antepassados em ajustar a arquitectura às condições climáticas. Nesta zona já vemos muitas coberturas planas ou pelo menos com uma inclinação muito inferior às encontradas a Norte. Finalmente no Algarve é notória a influência árabe nas construções e a diferença arquitectónica desta zona com o Norte de Portugal é abismal.

No centro-norte de Portugal são visíveis muitos edifícios revestidos a tijolo “face à vista”, principalmente no litoral onde as exigências de uma fachada são maiores, nomeadamente devido à maresia.

Esta solução de revestimento traz algumas vantagens, nomeadamente ao nível da manutenção. Sendo um revestimento que não é pintado não perde nem altera a sua cor. Se bem aplicado permite uma boa impermeabilização da fachada e esteticamente é muito interessante havendo uma enorme variedade de cores e até texturas.

Este tipo de fachadas foi, durante muitos anos, integrado num sistema de parede dupla, ou seja duas fiadas de tijolo cerâmico com uma caixa-de-ar onde eventualmente se colocava o isolamento térmico. A verdade é que a tecnologia construtiva está sempre a evoluir e a parede dupla é cada vez menos popular. Esta solução aumenta o peso da estrutura, implica mais materiais e mais mão-de-obra.

Então a questão coloca-se, porque não fazer o isolamento pelo exterior e colocar este tipo de revestimento?

É possível!!! Desta forma garante uma fachada coerente com os edifícios envolventes e constrói uma fachada optimizada energeticamente. O facto de o isolamento estar aplicado pelo exterior da parede permite que o edifício faça uso da inércia térmica e assim é possível manter a temperatura interior com menores flutuações.

É verdade que hoje existem milhares de produtos que pode aplicar na fachada e que dão ao arquitecto uma variedade de opções como nunca no passado. Mas às vezes as soluções e revestimentos tradicionais, desde que aplicados com a tecnologia actual são uma excelente solução aliando a tradição à modernidade.

Muitos fornecedores de sistemas de isolamento pelo exterior têm soluções de revestimento com cerâmicos, contudo trata-se de uma solução com cuidados adicionais, nomeadamente em edifícios altos e localizados em zonas ventosas.

Uma das preocupações tem que ver com a aderência dos cerâmicos ao isolamento térmico, mas também a capacidade do isolamento térmico resistir ao peso do cerâmico.  Estas preocupações têm sido ultrapassadas com soluções como a apresentada abaixo.

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