Até há bem pouco tempo, edifícios pré-fabricados em Portugal eram considerados “estranhos” relativamente à tradicional construção de alvenaria. Mais, não eram considerados nem duráveis nem seguros.
No entanto, a desconfiança relativa a este tipo de solução construtiva parece estar a desaparecer rapidamente, visto que as tendências de construção na Europa mostram um rápido e notável aumento na construção de edifícios pré-fabricados. Além disso, apresentam-se ainda como a solução ideal para futuros proprietários, muito ocupados e sem tempo para organização e coordenação das diferentes equipas de construção e instalação, normalmente necessária numa construção tradicional. A primeira e mais importante decisão é a escolha apropriada da fundação.
E como se escolhe? Quais são os critérios que deverão ser considerados na escolha da melhor solução para a fundação de um edifício pré-fabricado?
1. FUNDAÇÃO ADEQUADA PARA EDIFICIOS ENERGETICAMENTE EFICIENTES
A sensibilização dos princípios para a construção com eficiência energética, bem como a tendência dos investidores, promotores ou donos-de obra para a redução de custos, levaram a que a opção das lajes de fundação ou ensoleiramento geral se tornasse a principal escolha. Isto é válido também para as construções pré-fabricadas onde este é a única construção efetivamente realizada no local.
2. FUNDAÇÃO PARA ÁREAS PROPENSAS A ACTIVIDADES SISMICAS: PROTECÇÃO CONTRA DESLIZAMENTOS E MOVIMENTOS
A julgar pelo número e força dos terramotos, algumas partes da Europa estão, sem dúvida, localizadas em áreas sismicamente ativas. Devido à massa relativamente baixa, os edifícios pré-fabricados apresentam-se como a solução ideal, pois exercem até 5 vezes menos carga que os edifícios tradicionalmente construídos. No entanto, durante um terramoto a sua baixa massa pode rapidamente resultar em derrapagens e danos na impermeabilização, canalização e outro tipo de instalação. Como este tipo de estragos, é extremamente difícil de reparar, faz todo o sentido optar por um sistema de fundação que possa fornecer proteção contra os movimentos sísmicos e derrapagens provenientes da atividade sísmica.
3. ACUMULAÇÃO DA ENERGIA NA FUNDAÇÃO SEM PONTES TÉRMICAS
Como as fundações dos edifícios devem naturalmente acumular energia, a laje de fundação nunca deve ser isolada termicamente a partir de cima. Na acumulação natural e sem regulação artificial da temperatura, as flutuações extremas desta, são absorvidas com a massa da laje de fundação. Simultaneamente, como o isolamento térmico e a impermeabilização são aplicados continuamente pelo exterior, evitamos a ocorrência de pontes térmicas.
4. FUNDAÇÃO COM PROTEÇÃO AO GÁS RADÃO
Abaixo da laje de fundação, pode ser prevista uma barreira ao gás radão. Verifique a necessidade desta, de acordo com as áreas mais afetadas.
5. FUNDAÇÃO SEM ASSENTAMENTOS DEVIDO A CICLOS DE GELO E DEGELO DO SOLO
O tipo de fundação escolhido na maioria das vezes trazia problemas provenientes de assentamentos estruturais resultantes dos ciclos de gelo e degelo do solo. Conclui-se que era inadequado para edifícios energeticamente eficientes, e uma nova solução foi pensada. O facto de se optar pelo isolamento térmico sob a laje, numa faixa contínua, consegue também resolver os problemas de assentamento resultantes do congelamento e descongelamento do solo.
Construir a laje de ensoleiramento geral sobre uma almofada de fundação ou sísmica cumpre todos os requisitos acima mencionados e é certamente a escolha construtiva mais adequada
A fim de satisfazer todos os critérios acima mencionados, podemos colocar uma laje de fundação e optar por uma almofada sísmica, prevendo o isolamento térmico sob a laje. A proteção sísmica SEISMIC é um sistema desenvolvido para áreas sismicamente ativas, pois foi testado para suportar cargas dinâmicas, tais como terramotos. Consequentemente nenhum deslizamento ocorre entre as suas respetivas camadas. Além disso, os dois painéis existentes no sistema SEISMIC servem simultaneamente como proteção à impermeabilização, que é instalada entre ambos servindo estes com uma sanduíche protetora. Em condições especialmente exigentes, como a pressão de água subterrânea, o sistema oferece proteção completa utilizando as duas camadas de impermeabilização.
Esta solução oferece uma continuidade à envolvente térmica da edificação desde os elementos enterrados até às paredes exteriores, nos edifícios pré-fabricados. Mais, os danos provenientes pelos ciclo de gelo e degelo, podem ser evitados ao colocar o isolamento térmico diretamente sobre o solo e zonas de possível congelamento.