Quando pensamos em algumas das fachadas mais bonitas em Portugal não podemos deixar de pensar nos azulejos e em toda a tradição, e até tecnologia ancestral, por trás destes elementos. Estas fachadas revelam muito mais que um simples revestimento, são elas próprias uma forma de expressão da cultura, da religião, da forma de vida de então. Bons exemplos disso são a Capela das Almas no Porto ou alguns edifícios do Campo de Santa Clara em Lisboa (à feira da Ladra).

Isto apenas confirma que a fachada influencia determinantemente o carácter do edifício. Pode enfatizá-lo tornando-o mais contemporâneo ou tradicional, mais simples ou mais estranho, dando-lhe poder num determinado contexto. A fachada cria o carácter de um edifício e também reflecte o gosto e posição do dono de obra, influenciando de forma determinante o valor de mercado do edifício.

Uma fachada cuidadosamente seleccionada pode fazê-lo sentir-se bem-vindo a cada regresso a casa.

Contudo, nem sempre foi assim. No passado as fachadas eram pensadas mais como uma necessidade elementar, do que por considerações ou requisitos estéticos. Principalmente porque a sua forma era influenciada pelo ambiente, a disponibilidade de materiais e exigências ambientais locais durante a construção do edifício. Em zonas costeiras, eram construídas essencialmente fachadas em pedra devido a sua capacidade de manter as casas frescas na época de verão. Nas regiões montanhosas eram usadas fachadas em madeira permitindo aos habitantes uma adaptação às extremas condições climáticas e de relevo.

Actualmente a realidade é bastante diferente, pois a escolha de uma fachada hoje em dia é essencialmente influenciada por factores estéticos, deixados à consideração e gosto do cliente. Diferentes combinações de revestimentos, tecnologias, materiais e cores são consideradas como opções. Enquanto tentamos enfatizar a elegância do edifício através da escolha de diferentes superfícies de fachadas e acessórios, menos consideramos a sua funcionalidade. Mesmo que a principal função da fachada seja, de facto, proteger o edifício de influências externas como sol, a chuva, o calor, o vento e a neve.

As fachadas, são particularmente susceptível a erros de execução. Os principais problemas são normalmente detectados em fachadas com grandes superfícies. Elas são frequentemente os primeiros elementos a evidenciar as consequências de um mau planeamento e/ou má execução, nomeadamente no que diz respeito à eficiência energética, a qual atualmente, é muitas vezes esquecida.

Com o objectivo de poupar, a fachada é, muitas vezes, apenas pintada sem reflectir o papel dos materiais e os benefícios que podem trazer às condições de utilização do edifício. Este facto é especialmente relevante, em edifícios que devido a variações de temperatura são forçados a aquecer e arrefecer continuamente o espaço interior.

Sabia que uma fachada bem pensada pode poupar mais de 50% do custo de aquecimento e arrefecimento?

Por isso faz sentido considerar o papel e importância do isolamento térmico em fachadas aquando da construção de um edifício, ou mesmo antes da reabilitação de um existente. Com um isolamento térmico adequado é possível, por um lado fornecer um desejável desempenho energético ao edifício e, por outro, melhorar o conforto interior. Em certos casos é ainda possível melhorar o isolamento acústico, protegendo o espaço interior também do barulho, sem custos adicionais relevantes. Isto é especialmente conveniente quando o edifício está localizado junto a ruas ou estradas.

Quando construímos uma fachada é inteligente pensar não só no aspecto estético do revestimento e seu dimensionamento, mas estar um passo à frente e pensar na sua funcionalidade. Pode saber mais sobre como garantir a funcionalidade de uma fachada,aqui.