Em 2010, foi adoptada uma directiva renovada sobre a eficiência energética no Parlamento Europeu, a EPBD RECAST, que visa prosseguir os objectivos da política climática europeia e visa principalmente reduzir as emissões de poluentes para a atmosfera, melhorar a eficiência energética e aumentar o uso de recursos renováveis. Entre os requisitos mais importantes da directiva está a transição para a construção de edifícios com necessidades quase nulas de energia, os designados “NZEB” (Nearly Zero Energy Building).
Este tipo de construção (de edifícios com necessidades quase nulas de energia ou de consumo energético “quase zero”) não é uma tecnologia nova de construção, é apenas uma forma de construir para que o edifício possa satisfazer as suas necessidades energéticas em grande medida através de energia renovável (produzida no local ou proximidade).
A partir deste ano de 2018, esta forma de projectar e construir terá que ser implementada em todos os edifícios novos do sector público, e em 2020 será obrigatória também em edifícios privados, como a sua casa.
As técnicas construtivas e materiais para construir este tipo de edifícios já existem há muito no mercado e como tal, parece óbvio que esse é o caminho a seguir. Abaixo, seleccionamos alguns dos motivos mais fortes (para além dos legais) para que construa sob o conceito do “consumo energético quase zero”:
1. O valor das casas “NZEB” continuará a ser elevado após 2020
A construção “NZEB” ou, se quiser construção passiva, será um padrão seguido pelo mercado imobiliário após 2020. Ao instalar adequadamente o isolamento térmico correcto, pode evitar a queda do valor do seu investimento, já que a utilização de edifícios construídos de acordo com o método clássico se tornará significativamente mais dispendiosa, reduzindo assim seu valor.
2. A construção “NZEB” traz menores custos de climatização e, portanto, grandes poupanças energéticas e económicas.
O princípio básico da casa “NZEB” é isolar perfeitamente toda a envolvente do edifício e assim manter uma temperatura ambiente constante no verão e no inverno, sem aquecimento adicional ou arrefecimento. Com uma casa construída com este conceito, o consumo de energia poderia reduzir 80 ou até 90% em comparação com uma casa construída de forma clássica. Compare a tabela de poupança abaixo:
Tipo de consumo doméstico | gasóleo de aquecimento em l/m2 | consumo de energia em kWh/m2 |
casa clássica | 20 | 200 |
casa de poupança de energia | 4–6 | 45–60 |
casa de baixa energia | 4 | 45 |
casa passiva | 1,5 | 15 |
Tabela: Comparação das poupanças de energia.
3. Construção “NZEB” garante uma estadia confortável
Em Portugal, as casas existentes não estão construídas segundo este conceito de construção passiva, e como tal torna-se muito caro aquecer ou arrefecer suficientemente as habitações pelo que as condições de conforto não estão asseguradas, nomeadamente em zonas muito frias. Mas porquê investir numa construção incompleta? Uma casa de qualidade, devidamente projectada e construída com o isolamento térmico correcto, não apresenta pontes térmicas e, portanto, não há perdas de calor, nem a ocorrência de humidade, condensações ou mofo que muitas vezes estão presentes nos edifícios de hoje. Esses erros tornaram-se ainda mais evidentes pois as construções de hoje utilizam janelas muito estanques.
O seu edifício não foi construído de acordo com os critérios de uma construção com “consumo energético quase zero”? A utilização eficiente e inteligente da sua casa apenas é possível após uma intervenção na construção. Saiba mais sobre este tema no guia rápido: “Isolamento pelo interior: uma maneira rápida e eficiente de reduzir custos energéticos.”